Flexa e o espaço Tropigalpão inauguram em parceria a exposição de curta duração O Beijo no Asfalto, que conta com curadoria de Ulisses Carrilho.
Por que visitar, hoje, os ecos do surrealismo? Por que nos aproximarmos, agora, de cosmologias alternativas ao marco ocidental, ou seja, de modos outros de organizar a realidade compartilhada? Diversos diagnósticos recentes nos recordam que vivemos uma época marcada pelo embotamento da imaginação, pela diluição da dimensão corpórea no trato com o mundo, pelo solapamento da esfera do sonho e pela resistência ao diálogo com as diferenças.
Na exposição Rio: a medida da terra, que marca a inauguração da Flexa, nos aproximamos do Rio de Janeiro, tendo como bússola os diferentes modos acima elencados. Reunindo quarenta e seis artistas que cobrem um arco temporal do início do século XIX até o presente, a coletiva apresenta paisagens históricas e atuais da cidade; trabalhos representativos do Neoconcretismo – um dos momentos mais relevantes da História da Arte carioca – em diálogo com os ecos em produções posteriores; por fim, vemos um conjunto de obras que se aproxima de questões políticas e sociais, como a violência urbana e a resistência cultural na forma da festa e do carnaval.