Lorenzato

Amadeo Luciano Lorenzato (Belo Horizonte, MG, 1900-1995), artista de família italiana e operária, trabalhou por décadas na construção civil como pintor de paredes e pintor decorativo, carregando heranças desse ofício mais tarde, em sua atuação como artista visual. Essa vivência anterior foi fundamental para o desenvolvimento de técnicas inovadoras de pintura, como o uso de texturas produzidas com instrumentos da construção civil, proporcionando sensação de movimento às composições. O artista também usava tintas minerais sobre uma camada de alvaiade, substância comum em pinturas de exteriores, que torna as cores mais vivas e luminosas. 

Entre os temas explorados por Lorenzato, se destacam principalmente as paisagens, mas também são notáveis suas naturezas-mortas, retratos e cenas do cotidiano, aos quais são dados, muitas vezes, um tratamento geometrizante.

O artista viveu em diferentes cidades europeias durante cerca de trinta anos. Nesse período, estudou na Reale Accademia delle Arti, em Vicenza, na Itália; viajou de bicicleta pelo leste europeu e trabalhou como operário na montagem da Exposition Coloniale Internationale, em Paris, onde conheceu artistas e movimentos de vanguarda. Lorenzato retornou ao Brasil na década de 1940, momento do qual datam suas obras mais antigas de que se tem conhecimento. 

Entre as principais exposições da carreira de Lorenzato estão a sua participação na 3ª Trienal de Bratislava e uma coletiva no Petit Palais de Paris, ambas em 1973, e a individual na Casa dos Contos de Belo Horizonte, em 1984. Entre as exposições póstumas destacam-se: Lorenzato e as cores do cotidiano, Museu de Arte da Pampulha (1995); 100 anos de Lorenzato, Casa dos Contos e Galeria da Escola Guignard (2001) e a coletiva Mínimo Múltiplo Comum, na Pinacoteca de São Paulo (2018). Em 2019, exposições sobre o artista foram organizadas por galerias internacionais sediadas em Londres e Nova York.

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