Ismael Nery

A obra de Ismael Nery (Belém, PA, 1900 – Rio de Janeiro, RJ, 1934) teve ascensão na década de 1920, contemporaneamente à geração que produziu a Semana de Arte Moderna e desenvolveu um projeto de modernismo brasileiro de base nativista e, simultaneamente, atravessado pelas correntes internacionais. Seu trabalho, no entanto, visava o moderno por outros caminhos. 

Não almejava a brasilidade em seu repertório iconográfico, tampouco por meio das cores, mas experimentava a criação de figuras humanas ambíguas, enigmáticas e, muitas vezes, andróginas, o que faz com que ocupe uma posição solitária naquela fase do modernismo brasileiro. 

Nery nunca concluiu seus estudos iniciados na Escola Nacional de Belas Artes em 1917, onde era visto por seus colegas, como Lúcio Costa, como um aluno inquieto, sem paciência. Em Paris, frequentou a Academia Julian e, em 1927, teve contato com os surrealistas (como André Breton, Marcel Noll e Marc Chagall), cuja influência é notável em sua obra.

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