Ione Saldanha

Nascida em 1919 em Alegrete, cidade do Rio Grande do Sul, Ione Saldanha estudou em Paris e Florença, mas fixou sua morada no Rio de Janeiro. Iniciou sua produção na década de 1950, sendo frequentes em sua produção desse período a representação de casarios coloniais, não se interessando pela visualidade das construções modernas que tanto influenciaram os artistas de sua geração. 

O olhar para a arquitetura a conduziu pouco a pouco à abstração, como se as fachadas fossem se transformando em notações geométricas. Mas Saldanha destacava-se das tendências concretas e neoconcretas daquela década, seguindo um caminho próprio, sem se filiar a qualquer grupo.

No fim da década de 1960, expandiu seu campo de experimentação pintando em suportes como ripas, carretéis (bobinas de madeira para cabos elétricos) e bambus, explorando jogos cromáticos. É como se suas formas tivessem saltado da tela para conquistar o espaço real – poderíamos relacionar a verticalidade das ripas com a dos edifícios e formas geométricas das telas de Saldanha. Já o bambu é como a ripa girando sobre seu próprio eixo, não havendo mais avesso ou costas, de modo a concretizar o rompimento com o quadro. As composições elegantes e sóbrias desse período contrastam com a rusticidade dos materiais.

Participou de várias edições da Bienal Internacional de São Paulo; com prêmio aquisição em 1967; e sala especial em 1975 e 1979. No ano de sua morte foi realizada a retrospectiva Ione Saldanha e a Simplicidade da Cor, no Museu de Arte Contemporânea de Niterói (MAC/Niterói).

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