Uma das artistas cariocas de maior destaque nacional e internacional, Beatriz Milhazes tem sua poética marcada, desde a década de 1980, pela presença de motivos ornamentais e referências diversas da história da arte: desde a exuberância do barroco até a grandiosidade popular e hedonista do carnaval. Milhazes produz, principalmente, pinturas, gravuras e colagens. Seu vocabulário visual é dinâmico e lança mão de diversas fontes, desde industriais – como embalagens de produtos – até grafismos comuns no imaginário popular, o que a coloca em diálogo constante com a pop art, mas, ao mesmo tempo com a tradição geométrica da arte brasileira, representada pelo concretismo e neoconcretismo.
Frequentemente, sua obra recusa a gestualidade, preferindo a transferência de imagens e formas para o suporte a partir da colagem e de processos mecânicos. São comuns as formas circulares, em deslocamentos concêntricos, e linhas sinuosas, que promovem sensação de maior leveza e dinamismo em seus trabalhos geométricos. A esse aspecto são somadas suas cores vibrantes, carnavalescas e tropicalistas.
A artista, que fez parte da chamada “Geração 80”, passou a conquistar destaque internacional a partir da década de 1990. Possui obras em acervos de museus como o Museu de Arte Moderna (MoMa), o Museu Solomon R. Guggenheim, The Metropolitan Museum of Art (Met), em Nova York, Museu de Arte Reina Sofia, em Madri; entre outros. Seus quadros bateram o recorde de vendas de obras brasileiras no leilão da Sotheby’s, em Nova York.